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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 181-1

181-1

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS E MEDICINAIS, SOLO E ÁGUA DE IRRIGAÇÃO DE UMA HORTA URBANA DE VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO

Autores:
Beatriz Barbosa Silva (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Caroline Senatore (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Manueli Monciozo Domingos (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Daniel Sgrancio Uliana (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) ; Jackline Freitas Brilhante de São José (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo)

Resumo:
Hortas urbanas podem estimular uma melhor qualidade de vida ao produzir alimentos naturais e propiciar uma alimentação saudável. Entretanto, estas hortas costumam possuir riscos para a produção de alimentos, pois podem favorecer a contaminação por agentes microbiológicos por serem implantadas em locais próximos de possíveis fontes de contaminação como fossas, esgotos abertos e animais. Assim, objetivou-se avaliar a qualidade microbiológica das plantas alimentícias e medicinais, do solo e da água de irrigação utilizados em uma horta urbana. Amostras de plantas alimentícias e medicinais, solos e água de irrigação foram coletadas em uma horta urbana em Vitória, Espírito Santo, entre os meses de março e maio de 2023. Foram coletadas as seguintes amostras de plantas: almeirão roxo, boldo, citronela, coentro do mato, folha de amora, hortelã, manjericão, noni, ora-pró-nobis, quiabo, serralha e taioba. O solo foi coletado nos cinco canteiros da horta. A água de irrigação foi coletada diretamente na torneira e na mangueira utilizada na horta. Todas as amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e frascos previamente esterilizados e identificados. Imediatamente após a coleta, as amostras foram transportadas em caixas isotérmicas ao laboratório para execução das análises microbiológicas. Para as plantas alimentícias, medicinais e do solo foram conduzidas as análises de mesófilos aeróbios, fungos filamentosos e leveduras, coliformes a 35ºC e E. coli e Salmonella spp. Para análise das amostras de água, foram conduzidos as mesmas análises, exceto a de Salmonella. As análises foram realizadas de acordo com a American Public Health Association descrito no Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods. A contagem de mesófilos aeróbios, fungos filamentosos e leveduras nas plantas variou de 2,69 a 6,19 log UFC/g e 3,69 a 5,63 log UFC/g, respectivamente. Coliformes a 35°C foram detectados na maioria das amostras analisadas, exceto para a folha de amora e o noni, que apresentaram contagem inferior a 1 log UFC/g. Estas amostras citadas estão localizadas em árvores sem contato direto com o solo, fato que pode reduzir a exposição a possíveis fontes de contaminação, como o solo. O almeirão roxo e a taioba excederam os valores de contagem estabelecidos para E. coli na legislação brasileira e apresentaram contagens iguais a 2,20 e 3,88 log UFC/g, respectivamente. A presença de Salmonella foi detectada em 41,66% (n=5) das amostras (almeirão, citronela, hortelã, ora-pro-nobis e taioba). A ocorrência de Salmonella ssp. em alimentos caracteriza-os como impróprios para o consumo. No solo foi verificada contagens de mesófilos aeróbios, fungos filamentosos e leveduras, e coliformes à 35°C que variaram de 4,90 a 5,40, 4,70 a 5,18 e 1,48 a 3,10 log UFC/g, respectivamente. Uma das amostras de solo do canteiro apresentou contagem de E. coli igual a 3,0 log UFC/g. Em 80% (n=4) das amostras de solo foi detectada presença de Salmonella spp. Para ambas as amostras de água, a contagem de mesófilos aeróbios foi igual a 3,18 log UFC. Em relação à presença de fungos filamentosos e leveduras, foi encontrado 1,70 e 2,00 log UFC/g para cada uma das amostras de água. Coliformes totais e E. coli não foram identificadas na água de irrigação utilizada na horta. Conclui-se que a horta apresenta plantas com qualidade microbiológica insatisfatórias e que esse resultado pode ser consequência da contaminação registrada no solo dos canteiros analisados.

Palavras-chave:
 Agricultura urbana, Contaminação ambiental, Higiene dos alimentos, Qualidade dos alimentos, Segurança alimentar


Agência de fomento:
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES